domingo, 13 de maio de 2012

Um encontro com a solidão





Depois de ler "Cem anos de solidão" constatei que se tratava do melhor livro que pude ler até então (que Saramago me perdoe). Pelo envolvimento da escrita (Gabriel é o meu escritor!), pelo tema que é simplesmente inerente a pessoa humana e pela beleza que ele retrata as inúmeras formas de solidão. Tive um encontro comigo mesma, com Úrsula (personagem do livro). Na época fui tomada por inúmeras idéias para posts, vários!, mas como estou há alguns meses sem internet, a inspiração me esvaia.
Mas voltando a obra, vi-me usurpada pelos personagens, desde o mais idêntico, no caso de Úrsula, ao diametralmente oposto, com apenas resquícios de desejos ou tendências pouco desenvolvidas, como é o exemplo  de José Arcadio. Apaixonei-me e odiei mil vezes Aureliano. Me surpreendi com a leveza óbvia de Remédios (a bela). Flutuei do ódio à compreensão dolorida da solidão de Amaranta. Mergulhei na paixão ardente de Amaranta Úrsula e Aureliano Babilonia.
O livro é uma vox populi de solidão, a que grita, a que é recôndita ou simplesmente aquela que é cotidiana e, por isso, inebria os viciados em calmaria, ou melhor, comodidade. Amor, loucura, medida e solidão parecem ser metamorfoses de uma única substância humana.
Vou lê-lo mais algumas vezes e me descobrir de novo.