quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Do final de semana com os amigos!


Pense num trio loucão + comidinhas gostosas e gordurosas + cerveja + uma casa mara!!! = muita diversão e alto astral

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Do que estou ouvindo.


Gente, faz bem uns dois meses que não páro de escutá-la. Embora tenha sido revelada pela Globo, que fica quase sempre atravessada na minha garganta, a Gadú tem um trabalho lindo, excepcional. Quando ouvi Shimbalaiê, corri pra baixar o cd dela e ouvi-lo por completo( sempre gosto ver todo o trabalho do artista, para não ficar restrita às baladinhas de novela).
Na semana passada fui vê-la aqui em Salvador e fiquei muito encatada com o talento da moça. E não é que ela cantou uma música da Alanis, o que me levou a quase ter uma síncope de tanta emoção. Agora estou aqui, quase de férias, tentando aprender as músicas dela no violão.
Por hora é só pra relaxar. Sei que o " mundo todo" deve está ovindo-a, mas não custa nada indicar né. Taí!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Ufa! Time over!

As provas do vestibular acabaram, agora é esperar 45 dias para ver o resultado. Eu estou numa expectativa boa, porque fiz boas provas. No mais, vou repaginar este lugar aqui e voltar a postar com frequência.


Até logo.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Dos últimos minutos do segundo tempo.

"As vezes o que alivia mesmo é chutar o pau da barraca e ver o que acontece. Pelo menos há de vir novas situações."



:( !























Domingo e segunda tem segunda fase do vestibular. Depois, volto a me empenhar na escrita e a aumentar a minha lupa pra ver o que anda ocorrendo pelo mundo afora.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Dos últimos dias.

Depois de 10 horas de prova, em dois dias muito cansativos, restam-me pouco fôlego e muita disposição para encarar mais 1 mês de muito estudo e mais dez horas de prova, se eu for pra segunda fase. Como não posso esperar o resultado sair para começar a estudar, amanhã mesmo recomeço a maratona.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Mais tempo pra nós.

Ela é que me deixa há quatro anos, completinhos hoje, de cabeça pra baixo. Esse é um amor combinado com leveza.

Amo muito voce.


P.S.1 Reforçando! Pedido:
Me dá mais tempo pra ele.
Que tal toda a vida?
P.S.2 Inusitado:
O desenho foi dela, feito no verso de uma apostila de geografia. Foi na época do terceiro ano do colegial. Achei por acaso, quando eu esta selecionando uma material para estudar. Fiquei numa felicidade só.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Outra confissão.



Quando por qualquer coisa desse mundo a possibilidade de não ser com você me salta a cabeça, a resposta em alto e bom som que grita dentro de mim é que sem você nada do que me proponho faz sentido. Não que constituimos uma relação sem individualidade, longe disso, é que a minha vida a partir de vc é um constante processo dialógico de aprendizagem.
Já já fazem 4 anos. Muita coisa mudou, me fiz e me desfiz muitas vezes, umas doloridas, outras bem resolvidas...e o que concluo é que tinha quer ser assim- seja porque não vejo de outra maneira, seja porque contabilizo muita experiência em meio a essa sucessão de acasos e de planos bem ou não sucedidos.
O que sei é que se for necessário me desmancho de novo, sim!, pelo que mais aprecio e valorizo: você e toda a parafernália que montou em minha vida. Jamais por um sentimento de obrigação gratuito, antes, pelo inato desejo de ser o melhor com você. Não porque você é completa, é simplesmente por você está pronta a me exigir o melhor como ser humano e como seu amor, e mais!, porque você exercita isso consigo.
Por tudo, por um acaso, um presente, nos escolhemos.





P.S. Foto do fim de semana.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Up. Altas aventuras.




Eis uma animação sobre o amor em suas inúmeras variantes. Essa fita é, sem dúvida, a melhor animação que pude assistir. Ri, chorei, encantei-me com tamanha beleza e no final sai com algumas lições. Vou listá-las : A de que um amor de verdade dura para sempre em nosso coração; a de que simplicidade é o fio invisível que nos conduz ao melhor de nós, seja no outro, seja em si mesma; a de que afeto não tem idade, pois cada fase tem a sua beleza e o seu conteúdo.
No final, esta fita maravilhosa nos impele a refletir sobre o poder que temos de ser um pouco melhor, se entendemos que o outro faz parte desse processo de auto-pluri-reconh-descontru-constru-cimento. Porque ele é interminável, não indelével e herdável.
E bom que assim o seja.


Fonte das fotos: http://livroslidosefilmesassistidos.blogspot.com/

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Dos meus dias...


VES TI BU LAR
Até o final do ano, meu tempo estará condicionado a ele. Há a possibilidade de eu não passar mas, por hora, prefiro pensar que tenho boas chances.
A escolha: Medicina.
Deveria ter sido a minha escolha desde sempre! Acontece que só foi há dois anos ela começou a se potencializar. Já havia pensado nela antes, quando fui prerstar vestibular a primeira vez. Como, desde minha meninice, tinha me apaixonado pela História e no fim do Ensino Médio pela Sociologia, convenci-me que meu caminho era o das Humanidades. Devido aquela conjuntura fui concretizar o planejado engressei no curso de História da Federal daqui.
Passado um tempo, descobri que ser sensível às Humanidades não significa ser capaz de ensiná-las. Neste país, então, onde a Educação parece está fadada ao fracasso, educar é quase quimérico. Despertar sensibilidade mais difícil ainda.
Daí, começei a perceberi que poderia usar o meu gosto pelas humanidades em outra coisa...pensei, pensei e só me veio medicina. Junto a ela enxerguei a possibilidade de ser mais autônoma, de poder fazer diferença, mesmo que pequena, no campo da prática.
Hoje, não me vejo fazendo nada que são seja a medicina.
Quanto ao vestibular, é corrida, competição e a vida da gente entra num turbilhão. Estou tentando me manter equilibrada, afinal de contas, não sou vestibulanda de primeira viagem, embora só esteja sentindo os sintomas de sê-la agora.
Passar ou não, só daqui a alguns meses. Mas, desde já, mantenho firme o que me move, a escolha, uma profissão que me enfeite, que seja componente da minha hstória, que me construa e desconstrua também.
A verdade é que não sei viver nem, muito menos, escolher sem ser intensa.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Em mais ninguém, além de você.





You're part time lover




Você é parte do tempo amante e um(a) amigo(a) em tempo integral,
And a full time friend A dor nas suas costas é a última moda,
The monkey on the back Não vejo o que qualquer um pode ver,
Is the latest trend Em mais ninguém,
Don't see what Além de você.
Anyone can see
In anyone else
But you


Here is a churchAqui está uma igreja e aqui é um campanário,
And here is a steeple Nós com certeza somos bonitinhos pra duas pessoas feias,
We sure are cute Não vejo o que qualquer um pode ver,
For two ugly people Em mais ninguém,
Don't see what Além de você
Anyone can see
In anyone else
But you


We both haveNós dois temos maravilhosos ataques de raiva,
Shiny happy fits Eu quero mais fãs, você quer mais palcos,
Of rage Não vejo o que qualquer um pode ver,
I want more fans Em mais ninguém,
You want more stage Além de você
Don't see
What anyone can see
In anyone else
But you


I'm always tryin'Estou sempre tentando ser realista,
To keep it real Agora estou apaixonada pelo jeito como você se sente,
Now i'm in love Não vejo o que qualquer um pode ver,
With how you feel Em mais ninguém,
I don't see Além de você
What anyone can see
In anyone else
But you


I kiss youEu te beijo na cabeça na sombra de um trem,
On the brain Eu te beijo com todo o seu olhar estrelado,
In the shadow Meu corpo oscilando de lado a lado,
Of the train Não vejo o que qualquer um pode ver,
I kiss you Em mais ninguém,
All starry eyed Além de você
My body swings
From side to side
I don't see
Wwhat anyone can see
In anyone else
But you


The pebbles forgive meOs pedregulhos me perdoaram,
The trees forgive me As árvores me perdoaram,
So why can't Então, por que razão você não pode me perdoar?
You forgive me? Não vejo o que qualquer um pode ver,
I don't see Em mais ninguém,
What anyone can see Além de você
In anyone else
But you


Du, du, du, duDu du du du du du dudu
Du, du, du Du du du du du du dudu
Du, du, du, du Não vejo o que qualquer um pode ver,
Du, du, du, du Em mais ninguém,
Du, du, du Além de você.
Du, du, du, du
I don't see
What anyone can see
In anyone else
But you

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

L' heure d'été ou Horas de Verão


Momentos delicados contados com uma transparência muito próxima da experiência propriamente humana. Nada de exageros sentimentalóides, nada de requintes hollywodianos.

O ponto de convergência da trama é a morte da matriarca Helena, daí três irmãos com rotinas, vidas e objetivos diferentes têm que se encontrar para decidir o que fazer com a casa que a mãe deixou. Só que o que está na trama é muito mais que uma simples partilha de bens, é o encontro entre gerações e o selamento de uma de outrora, que agora se torna memória.

A compreensão de que a mudança de costumes é inevitável não nos é apresentada com pesar, mas com naturalidade, permitindo o duelo de juizos, desejos e concepções díspares. As decisões são tomadas sem ressentimentos e têm como ponto de equilíbrio o concenso. Por isso, nada que está do lado de dentro se perde.

A fotografia traduz muita beleza.
L' heure d'été é uma fita agradabilíssima,com certeza já está na minha lista de favoritos-simples.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Se me pergutares.

Se me perguntares se sou forte, direi que exercito a resistência. Há muito tempo aprendi, não sei como, que quando quero ser ou estar forte começo por fora, superestimando a firmeza que transpareço. Daí, aos poucos, vou tornando o aparente integrante.
Se me perguntares se tenho medos, direi que sim, como qualquer ser humano desta terra. O sentimnto de medo me movimenta, pois me impele o que mais me incomoda: PREOCUPAÇÃO. Por outro lado, ele me lembra diariamente o que não quero ser, exercendo um papel regulador. Muitas vezes o medo é consciência.
Se me pergutares o que mais me incomoda neste mundo, direi que é a burrice e a insensibilidade.
Se me perguntares o que mais me encanta, direi que é o amor. Seja aquele recôndito, o maternal - que nutro guardando para filhos que terei-, o platônico, o que queima por dentro, o que faz virar do avesso tudo de si, o repleto de nobreza, totalmente gratuito.
O que me move neste momento é ele, mais!, a tristeza que me dá quando volto pra casa e não estou mais na companhia dela.
O jeito é esperar e aproveitar para exercitar a paciência.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Palavras que me embolam e me embalam.

Tenho estado sem inspiração para escrever. Tentei, tentei e teneti, mas não sai coisa inteligível. Sei que tenho muita coisa pra viver, muitos livros pra ler, muitas palavras a professar e, muitas, muitas exporiências para escrever. Hoje, pouco, mas significativamente, sei o quão valoroso é e pode ser o ofício da palavra, seja ela escrita ou falada.
Mudando um pouco de assunto. Já lhes demonstrei prova suficiente da minha admiração pelo escritor-poeta do absurdo José Saramago- leia-se poeta do absurdo, pois o mundo e a humanidade contemporâneos que tanto o inspira é uma sucessão de absurdos, com raros toques de beleza e de bons modos . Volta e meia trago aqui um texto ou um trecho dele, pra mim lê o que ele escreve é uma cartilha, um incômodo, uma alternativa.
Deve ser a minha "devoção" a ele que me tem fugido as palavras, porque sempre, sempre, ele escreve sobre o que me move. Agora a pouco, ele nos presenteou com mais um incomodo. Mas é um incomodo que tem emputado em si idéias que podem nos fazer refletir e, quem sabe, nos mexer, nem que seja alguns centímetros.

Mais uma vez, sejam bem vindo ao incomodo.

" ÁfricaAgosto 11, 2009 por José Saramago

Em África, disse alguém, os mortos são negros e as armas são brancas. Seria difícil encontrar uma síntese mais perfeita da sucessão de desastres que foi e continua a ser, desde há séculos, a existência no continente africano. O lugar do mundo onde se crê que a humanidade nasceu não era certamente o paraíso terrestre quando os primeiros “descobridores” europeus ali desembarcaram (ao contrário do que diz o mito bíblico. Adão não foi expulso do éden, simplesmente nunca nele entrou), mas, com a chegada do homem branco abriram-se de par em par, para os negros, as portas do inferno. Essas portas continuam implacavelmente abertas, gerações e gerações de africanos têm sido lançados à fogueira perante a mal disfarçada indiferença ou a impudente cumplicidade da opinião pública mundial. Um milhão de negros mortos pela guerra, pela fome ou por doenças que poderiam ter sido curadas, pesará sempre na balança de qualquer país dominador e ocupará menos espaço nos noticiários que as quinze vítimas de um serial killer. Sabemos que o horror, em todas as suas manifestações, as mais cruéis, as mais atrozes e infames, varre e assombra todos os dias, como uma maldição, o nosso desgraçado planeta, mas África parece ter-se tornado no seu espaço preferido, no seu laboratório experimental, o lugar onde o horror mais à vontade se sente para cometer ofensas que julgaríamos inconcebíveis, como se as populações africanas tivessem sido assinaladas ao nascer com um destino de cobaias, sobre as quais, por definição, todas as violências seriam permitidas, todas as torturas justificadas, todos os crimes absolvidos. Contra o que ingenuamente muitos se obstinam em crer não haverá um tribunal de Deus ou da História para julgar as atrocidades cometidas por homens sobre outros homens. O futuro, sempre tão disponível para decretar essa modalidade de amnistia geral que é o esquecimento disfarçado de perdão, também é hábil em homologar, tácita ou explicitamente, quando tal convenha aos novos arranjos económicos, militares ou políticos, a impunidade por toda a vida aos autores directos e indirectos das mais monstruosas acções contra a carne e o espírito. É um erro entregar ao futuro o encargo de julgar os responsáveis pelo sofrimento das vítimas de agora, porque esse futuro não deixará de fazer também as suas vítimas e igualmente não resistirá à tentação de pospor para um outro futuro ainda mais longínquo o mirífico momento da justiça universal em que muitos de nós fingimos acreditar como a maneira mais fácil, e também a mais hipócrita, de eludir responsabilidades que só a nós nos cabem, a este presente que somos. Pode-se compreender que alguém se desculpe alegando: “Não sabia”, mas é inaceitável que digamos: “Prefiro não saber”. O funcionamento do mundo deixou de ser o completo mistério que foi, as alavancas do mal encontram-se à vista de todos, para as mãos que as manejam já não há luvas bastantes que lhes escondam as manchas de sangue. Deveria portanto ser fácil a qualquer um escolher entre o lado da verdade e o lado da mentira, entre o respeito humano e o desprezo pelo outro, entre os que são pela vida e os que estão contra ela. Infelizmente as coisas nem sempre se passam assim. O egoísmo pessoal, o comodismo, a falta de generosidade, as pequenas cobardias do quotidiano, tudo isto contribui para essa perniciosa forma de cegueira mental que consiste em estar no mundo e não ver o mundo, ou só ver dele o que, em cada momento, for susceptível de servir os nossos interesses. Em tais casos não podemos desejar senão que a consciência nos venha sacudir urgentemente por um braço e nos pergunte à queima-roupa: “Aonde vais? Que fazes? Quem julgas tu que és?”. Uma insurreição das consciências livres é o que necessitaríamos. Será ainda possível?"

sábado, 25 de julho de 2009

Genialidade


Ele volta e meia exige de mim sensibilidade, racionalidade e humanidade. A genialidade que emputa nos seus escritos me embaraça, faz-me repensar muita coisa, refletir, me embevece. Nesta semana ele me supreendeu mais uma vez com o texto que publico logo abaixo. Sinta-se a vontade.


"Um capítulo para o “Evangelho”Julho 24, 2009 por José Saramago
De mim se há-de dizer que depois da morte de Jesus me arrependi do que chamavam os meus infames pecados de prostituta e me converti em penitente até ao fim da vida, e isso não é verdade. Subiram-me despida aos altares, coberta unicamente pela cabeleira que me desce até aos joelhos, com os seios murchos e a boca desdentada, e se é certo que os anos acabaram por ressequir a lisa tersura da minha pele, isso só sucedeu porque neste mundo nada pode prevalecer contra o tempo, não porque eu tivesse desprezado e ofendido o mesmo corpo que Jesus desejou e possuiu. Quem aquelas falsidades vier a dizer de mim nada sabe de amor. Deixei de ser prostituta no dia em que Jesus entrou na minha casa trazendo-me a ferida do seu pé para que eu a curasse, mas dessas obras humanas a que chamam pecados de luxúria não teria eu que me arrepender se foi como prostituta que o meu amado me conheceu e, tendo provado o meu corpo e sabido de que vivia, não me virou as costas. Quando diante de todos os discípulos Jesus me beijava uma e muitas vezes, eles perguntaram-lhe porque me queria mais a mim que a eles, e Jesus respondeu: “A que se deve que eu não vos queira tanto como a ela?” Eles não souberam que dizer porque nunca seriam capazes de amar Jesus com o mesmo absoluto amor com que eu o amava. Depois de Lázaro ter morrido, o desgosto e a tristeza de Jesus foram tais que, uma noite, debaixo do lençol que tapava a nossa nudez, eu lhe disse: “Não posso alcançar-te onde estás porque te fechaste atrás de uma porta que não é para forças humanas”, e ele disse, queixa e gemido de animal que se escondeu para sofrer: “Ainda que não possas entrar, não te afastes de mim, tem-me sempre estendida a tua mão mesmo quando não puderes ver-me, se não o fizeres esquecer-me-ei da vida, ou ela me esquecerá”. E quando, alguns dias passados, Jesus foi reunir-se com os discípulos, eu, que caminhava a seu lado, disse-lhe: “Olharei a tua sombra se não quiseres que te olhe a ti”, e ele respondeu: “Quero estar onde estiver a minha sombra se lá é que estiverem os teus olhos”. Amávamo-nos e dizíamos palavras como estas, não apenas por serem belas e verdadeiras, se é possível serem uma coisa e outra ao mesmo tempo, mas porque pressentíamos que o tempo das sombras estava a chegar e era preciso que começássemos a acostumar-nos, ainda juntos, à escuridão da ausência definitiva. Vi Jesus ressuscitado e no primeiro momento julguei que aquele homem era o cuidador do jardim onde o túmulo se encontrava, mas hoje sei que não o verei nunca dos altares onde me puseram, por mais altos que eles sejam, por mais perto do céu que alcancem, por mais adornados de flores e olorosos de perfumes. A morte não foi o que nos separou, separou-nos para todo o sempre a eternidade. Naquele tempo, abraçados um ao outro, unidas pelo espírito e pela carne as nossas bocas, nem Jesus era então o que dele se proclamava, nem eu era o que de mim se escarnecia. Jesus, comigo, não foi o Filho de Deus, e eu, com ele, não fui a prostituta Maria de Magdala, fomos unicamente aquele homem e esta mulher, ambos estremecidos de amor e a quem o mundo rodeava como um abutre babado de sangue. Disseram alguns que Jesus havia expulsado sete demónios das minha entranhas, mas também isso não é verdade. O que Jesus fez, sim, foi despertar os sete anjos que dentro da minha alma dormiam à espera que ele me viesse pedir socorro: “Ajuda-me”. Foram os anjos que lhe curaram o pé, eles foram os que me guiaram as mãos trementes e limparam o pus da ferida, foram os que me puseram nos lábios a pergunta sem a qual Jesus não poderia ajudar-me a mim: “Sabes quem eu sou, o que faço, de que vivo”, e ele respondeu: “Sei”, “Não tiveste que olhar e ficaste a saber tudo”, disse eu, e ele respondeu: “Não sei nada”, e eu insisti: “Que sou prostituta”, “Isso sei”, “Que me deito com homens por dinheiro”, “Sim”, “Então sabes tudo de mim” e ele, com voz tranquila, como a lisa superfície de um lago murmurando, disse: “Sei só isso”. Então, eu ainda ignorava que ele fosse o filho de Deus, nem sequer imaginava que Deus quisesse ter um filho, mas, nesse instante, com a luz deslumbrante do entendimento pelo espírito, percebi que somente um verdadeiro Filho do Homem poderia ter pronunciado aquelas três palavras simples: “Sei só isso”. Ficámos a olhar um para o outro, nem tínhamos dado por que os anjos se tinham retirado já, e a partir dessa hora, pela palavra e pelo silêncio, pela noite e pelo dia, pelo sol e pela lua, pela presença e pela ausência, comecei a dizer a Jesus quem eu era, e ainda me faltava muito para chegar ao fundo de mim mesma quando o mataram. Sou Maria de Magdala e amei. Não há mais nada para dizer."



quinta-feira, 23 de julho de 2009

Hoje é dia da minha Maria Bonita.


Para homenageá-la vou deixar uma música que escutei ontem e que muito me fez pensar nela, em tudo que somos e edificamos para nós.

Além do niver dela, hoje fazem cinco anos que ela se apaixonou por mim, então é dia de comemoração.


Love Will Show You Everything
Jennifer Love Hewitt

Today, today I bet my life

You have no ideaWhat

I feel inside

Don't, be afraid to let it show

For you'll never know

If you let it out

I love youYou love me

Take this gift and don't ask why

Cause if you will let me

I'll take what scares you

Hold it deep inside

And if you ask me why I'm with you

And why I'll never

Leave

Love will show you everything

One day

When youth is just a memory

I know you'll be standing right next to meI

love youYou love me

Take this gift and don't ask why

Cause if you will let me

I'll take what scares you

Hold it deep inside

And if you ask me why

I'm with you

And why I'll never

Leave

My love will show you everything

My love will show you everything

My love will show you everything

Our love will show us everything



Para você, que amo um tiquinho de nada.

sábado, 18 de julho de 2009

O que valorizo diariamente.

Vejo, ouço, canto, imagino, sonho, idealizo, materializo, luto, defendo, me alimento, respiro, vivo e sobrevivo. Eis o que me compõe com ternura.

Sra. Estefane Gaspar Lima diz:
sabe o que eu acho: que a gente deveria ter tempo pra se ver como namoradas e amigas, porque assim teríamos que estar mais juntas
Sra. Estefane Gaspar Lima diz:
hihihihihi
Jéssica diz:
Sra. Estefane Gaspar Lima diz:
o que vc acha?
Jéssica diz:
é o ideal!
Jéssica diz:
lindo seu comentário...

sábado, 11 de julho de 2009

O papel da mídia na crise moral que se faz presente na sociedade contemporânea.



E é possível ver a sociedade contemporânea sem a mídia? O ato de anunciar, ou seja, incutir valores falaciosos ou materiais ao que se pretende vender ou trocar é inerente às relações humanas. No entanto, a simples barganha ganhou muitas complexidades e tornou-se componente estruturante do atual locus social.
O "vender o peixe" do passado ganhou um centro formalizador, a mídia. O seu ofício é vender tudo, desde produtos de beleza e alimentos, à regras de comportamento, opinião e sentimentos, o que fez com que ela garantisse espaço na vida de milhares de cidadãos do mundo, salvo aqueles que não podem consumir, os que vivem em condições de miséria.
O nascimento e desenvolvimento do que hoje conhecemos como mídia é indissociável do surgimento e da consolidação do capitalismo como sistema econômico e social. Através dele e dentro dele conhecemos uma espécie de laicização material das relações sociais, leia-se afrouxamento dos laços de solidariedade entre os humanos, em prol de objetivos de consumo e de auto-promoção social. Não que antes do capitalismo não existisse a disputa por distinção entre os homens, mas a sociedade contemporânea pariu , de forma sui generis, a capitalização desse sentimentos.
É nesse interím que a mídia se fez valer dando forma ao que conhecemos como propaganda. Com um formato que parece evoluir consoante a história do desenvolvimento científico da humanidade, a mídia e a propaganda, seu principal veículo, encorporam e propalam cotidianamente discursos ditos imparciais, todavia, denunciantes de um situacionismo de classe, em favor dos mais abastados socialmente.
O seu conteúdo revela o desinteresse em informar e suscitar a reflexão crítica do público. Notícias em forma de rapsódias nos são transmitidas nos jornais diariamente sem que possamos estabelecer conecções entre a nossa realidade, os acontecimentos locais e mundiais e os processos históricos que nos movem; tudo em favor da desinformação, do acanhamento individual, por meio do medo da violência divulgada massivamente, e do imobilismo político e social.
Repensar o papel da mídia nas crises pelas quais passa a humanidade é ponto de partida para se dá cabo de uma novo concepção de sociedade, mais humanizada, onde seus componentes sejam mais politizados e menos atomizantes, e que reflita de forma responsável sobre o consumismo e os seus desdobramentos no planeta. A mídia está em toda parte e pode ser um instrumento efetivamente benéfico para humanidade se se livrar da padronização e dar lugar à liberdade de criar, informar , questionar e, até mesmo, barganhar.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Tocava no rádio.


"Vem cá meu bem, que é bom viver. O mundo anda tão complicado e hoje eu quero fazer tudo por você." E eu completo: Tudo por e com você.
P.S. Já, já posto um novo texto, o processo de elaboração mental me toma muito tempo. A bientôt!

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Nos cines semanais:

Fomos assistir Valsa com Bashir, depois ficamos na praça de alimentação arriscando várias fotografias...um desastre!!!! Tiramos milhares e poucas saíram boas. Essa está tremida, mas eu gostei tanto dela que resolvi postá-la (Ela vai me esculhambar!!!).
Sobre esse amor, o companheirismo, a diversão, os cinemas semanais, o conforto imensurável e a cumplicidade edificada a cada dia já restam poucas palavras.
Já sentiu a força do bem, de verdade, ouvindo as palavras no mesminho momento em que lhe foram proferidas? Nesses últimos dois dias vivenciei isso, uma delas é o que segue transcrito a baixo:

"E como definir o amor, o nosso amor?
Sonhos, suspiros, delírios, loucura?
Não, crença!
Tudo posso se em mim você acreditar"


Ela leu e disse: sinto isso com você!
E eu senti o quão isso é real e indubitavelmente sorri por dentro.




Ela viu no site: www.batomebone.blogspot.com

domingo, 24 de maio de 2009

Liberdade = Ser

O sol começou a surgir, e ela está um pouco cansada, suas vistas estão turvas, o dia foi muito intenso e ela não conseguiu adormecer. O seu trabalho exige muito dos seus olhos e da sua percepção, ela ler e traduz documentos de séculos passados. Sua rotina de trabalho é ditada por demandas mensais, ela arbitra a hora do trabalho, desde que a meta mensal seja alcançada.
Ela está no seu quarto, olhando o céu através da janela. É uma atitude atípica e sem saber o porquê ela permanece em pé, pouco se importando com o cansaço físico que a acomete.
A vista que tanto a prende não é da natureza bucólica, muito menos de casas luxuosas, condomínios da alta classe ou palácios de shakes, é a vista suburbana, da periferia social, do terceiro mundo. Casas amontoadas, terminadas ou em construção, vielas, muitas vielas, nada planejado, mas ela não se importa com isso, pois cresceu nessa atmosfera pouco assistida e repleta de dinamismo, que tanto pulsa sobrevivência.
O que a inquieta? Ela permanece em pé perscrutando-se, tentando dar forma ao que lhe mexe. Só pode encará-lo quando ele se agigantar e ganhar forma dentro de si. Ela levou toda a noite tentando encontrá-lo e quando o sol já resplandece no céu, com uma luz invasora, ela reconheceu o que tanto lhe mexe: é a prisão, a impotência em todas as suas dimensões possíveis. Não consegue nem se quer mover um membro, parece que toda a energia do seu corpo está sendo consumida pela sua mente faminta. Ela só consegue mexer os olhos, pois eles são o espelho da paisagem que a cerca.
A prisão onde se encontra é multifacetada, e ela percebe que vai além da sua impossibilidade de se mover, a paralisia corpórea que a domina só lhe permite sentir com intensidade o estado cataclísmico que se encontra, que sempre esteve, e nunca se dera conta. Então, ela compreendeu que poucas vezes abritara por si. A biologia da vida tratou de tomar o seu rumo, ela nasceu e como qualquer ser humano estava em curso de sua vivência, no entanto, é de outra vida que ela se ocupa, da vida em sociedade, a verdadeira prisão.
A moral dos bons costumes, os códigos de conduta social, os ditames da mídia, o termômetro da sociedade, a privacidade perpetrada pelo direito de costume dos abastados, a hispocrisia e a mesquinhez imperante permeiam as relações no locus social. E , assim, ela se viu em completa prisão, e deu por si que não fez parte da construção de nada daquilo, que apenas ingessou tudo em si mesma. A sensação que a tomava foi semelhante a um gesso num membro quebrado, limites para que o membro não faça qualquer movimento, calor, incômodo com a coceira inevitável e desconforto. O aconselhável é que se resigne e assuma uma entre duas opções: apatia por cumplicidade ou apatia por indiferença. Decerto, o seu membro estará curado, o seu lugar comum no mundo está assegurado.
Todavia, ela, no fundo de si, não queria e nunca quis a prisão da apatia. Incomoda-lhe tamanha estupidez, tanto sofrimento circundante e a insuportável indiferença instalada. Por que? Por que justamente ela? Talvez devido a um pequeno exagero na dose de sensibilidade quando estava sendo formada no útero de sua mãe, talvez porque a imuno-indiferença-social adiquirida não se fez tão eficiente. O fato é que ela caiu em si, estava no limbo.
Os raios de sol já queimavam a sua pele e o seu corpo já demonstrava fraqueza, ela mal se sustentava paralisada, entretanto, sua mente não obedecia a fragilidade bioquímica da sua máquina, ela queria levá-los, o consciente e o organismo dela , a um estresse máximo, quase insuportável. Só que que ela ainda não tinha se encontrado consigo, permanecia em cataclisma, não sentia a liberdade pulsar e emanar de dentro si.
Ela estava prestes a ter uma síncope, até que algo mudou em sua fisionomia, não transparecia a perplexidade de segundos, minutos e horas atrás, parece que reside ali uma expressão de leveza. Será que ela se sente livre? Será que, enfim, provou de si mesma?
O momento exato da liberdade não é e nem pode ser capitado por qualquer ser humano, pelo menos, até então, não viu nada relatado nos inúmeros livros que leu, nem nas experiências que colheu de alguns amigos próximos. Ela nem se quer tinha capacidade de descrever ou narrar o que ocorria consigo. Suas capacidades não se apropriavam desse inapropriável. Jamais, a liberdade torna-se-ia privada, jamais! É factível criar-se barreiras, limites para que a liberdade não encontre terreno fértil, mas torná-la propriedade, certamente, é impensável e inconcebível.
A moça sentiu a leveza tocar a sua pele e sem pressa começou experimentar os seus movimentos, embora expressasssem dor no seu corpo quase molestado. Sentia que os efeitos de tudo que passou durante a noite e parte da manhã viriam por todo o tempo que lhe resta de vida.
Ela pensou. E pensar desencadeou uma sensação de conforto nunca experimentada, era uma leveza infinita. Nesse momento, ela provou com furor a primeira das infinitas capacidades que ganharia com a liberdade que a acometia. Evidente que também provaria com mais intensidade todas as maldades e indiferenças do dia-a-dia de um sobre-vivente-terráqueo, no entanto, era livre e podia ser, sempre.
Sabia que esbarraria com monstros e se sentia apta a viver com dignidade. Sabia, também, que teria que aprender a lhe dar com os seus próprios monstros, e isso não a assustava, porque nessas lutas compreendia o quão importante é se estar bem acompanhada. Ela iria se abater com a dor dos que não podem se defender e, nesses casos, a sua responsabilidade no assunto não seria negligenciada.
Ela estava lavada, embora estivesse em cacos.
Era quase meio dia, um sol lindo, um céu muito azul, o mundo lá fora pulsava. Ela se sentia senhora de si, livre, responsável pelo que desejasse ser, estar, experimentar. Então, foi dormir, com fome e com sede. Com sede de ser.


Fonte da imagem: http://pt.artmajeur.com/0/images/images/kimmolinero_3164145_2006_03_-_5000__O__Acr_papel_400g_40x50_-_Mulher_S

sábado, 23 de maio de 2009

Eu e ele.


Esta foto foi do último niver dele, estávamos na praia do Flamengo, litoral norte de Ssa.


A gente se acompanha há quase seis anos, é um grude. É o Ruan meu e de Jéssica.

Meu guru mor. A gente é uma verdadeira simbiose.

P.S. Já, já, venho com um texto-postagem, estou construindo o texto mentalmente e fiquei um bom tempo tentando encontrar um tema. Isso somado a correria de vestibulanda, já viu né?! Aguardem!

quinta-feira, 7 de maio de 2009

"You and me"

É impossível escutar esta canção e não lembrar dela:

You and me
Lifehouse

What day is it
And in what month
This clock never seemed so alive
I can't keep up and I can't back down
I've been losing so much time

Cause it's you and me and all of the people
With Nothing to do, nothing to lose
And it's you and me and all of the people and
I don't know why I can't keep my eyes off of you

All of the things that I want to say
Just aren't coming out right
I'm tripping on words, you got my head spinning
I don't know where to go from here

Cause it's you and me and all of the people
With nothing to do, nothing to prove
And it's you and me and all of the people and
I don't why I can't keep my eyes off of you

Something about you now
I can't quite figure out
Everything she does is beautiful
Everything she does is briliant

Cause it's you and me and all of the people
With nothing to do, nothing to lose
And it's you and me and all of the people and
I don't know why I can't keep my eyes off of you

You and me and all of the people
With nothing to do, nothing to prove and
It's you and me and all of the people and
I don't why I can't keep my eyes off of you.

What day is it
And in what month
This clock never seemed so alive

Frida... A Khalo.


The little deer 1946
“Eu pinto-me porque estou muitas vezes sozinha e porque sou o assunto que conheço melhor”
Frida Khalo.

Telas de Frida aqui: http://www.iupui.edu/~lmena1/kahlo.html


P.S. Vale muito apena ver o filme da história dela e conferir, mesmo que pela net, algumas telas dela. O sofrimento e a dor talhada nos seus auto-retratos torna-os magníficos. Valorizo sentimentos à flor da pele e vi muito isso nas telas dela.
Eu não tenho técnica alguma para analisar arte visual, vou pela sensibilidade crua mesmo. Mas nutro a vontade de aprender sobre arte. Por hora, tenho cercado o campo do cinema, e volta e meia toco umas musiquinhas no meu velho violão, mas logo logo, assim que me sobrar uns trocados, vou tratar de aprender novos instrumentos e vou me dedicar as artes visuais.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Tudo o que eu queria!


Queria a tranquilidade do Lago Monaire, ah!!! morro de vontade de conhecer o Canadá, ainda que com esse surto de gripe Ar.
Eu levaria meus livros, meu computador e com ele assistiria minhas aulas do cursinho via net.
Queria um lugar quentinho, com muita natureza, silêncio - amo o silêncio! -, sem pessoas correndo e falando... Queria que ela fosse também, porque o conforto e o amor dela são imprescindíveis, meu oxigênio. Levaria meu Ruan, ele é um aconchego amigólico imensurável, nossas reflexões são aprendizados constantes.
Nesse momento assumo meu desejo de escapismo para uma tranquilidade que ainda não provei, que desejo tenramente.
Queria mesmo era esquecer isso aqui e só voltar no fim de ano pra fazer o vestibular.
Querer não paga, só nos frusta pelas impossibilidades, pela impotência pululante em cada respiração e inspiração. Ela também nos impulsiona, em mim me faz dá um gás enorme, mas por hora espera que estou um pouco cansada.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Dos últimos dias...


Têm dias que aquelas velhas limitações impostas pelos outros, pelo bem estar dos outros me aperreiam. Normalmente, elas não me indignam tanto, pois venho há longa data aprendendo que se eu quiser estar feliz, atenta com o que a vida proporciona e com o que se pode desfrutar com inteligência, o melhor é aproveitar as frestas e fazer delas direito de costume. Mas, nos últimos dias, entraves externos de longa data tem me mexido, causando aqueles sentimentos que incomodam como ferida ulcerada( embora eu nunca tenha tido uma, sei que demoram a sarar, que doem e que a passividade de ecolosão e a consequente saída do seu estado adormecido amedronta aqueles que são assomados por elas).
"As vezes cansa matar um leão por dia." Adequando ao que sinto agora: As vezes cansa me deparar com os mesmo leões, principalmente, quando se não fosse por uma única coisinha eles não seriam um problema. E são eles que são os problemas! Eles vem de alguma forma, mesmo que indiretamente. E eles ainda são meus parentes arranjados. Que destino!

terça-feira, 21 de abril de 2009

Adoção e homoparentalidade.


A quantidade de crianças que esperam a adoção saltam aos olhos. Essa realidade denuncia os altos índices de gravidez na adolescência, a falta de planejamento familiar e a dificuldade de sustentar um indivíduo provendo-o de educação qualificada, permitindo-o acesso a cultura, a arte e de oferecer-lhe sobretudo amor. Não que amor dependa de dinheiro, mas quem ama com fome? Quem cuida com fome? Quem constrói com fome?
As crianças continuam esperando alguém que as amem, que as acolham, são os sonhados pais. Em contrapartida, não vejo muita gente querendo adotar, afinal, há tantos preconceitos a superar: "Não sei de onde saiu, como vou tê-lo como filho?", "E se tornar-se um marginal?" , "Ele não tem o meu sangue, por isso não posso confiar!".
É fato que o Estado e a iniciativa filantrópica por meio das casas de apoio e os orfanatos não fazem nem cócegas no problema do abandono infantil, este que é mais um efeito das deformidades estruturais de uma lógica social em que o indíviduo se responsabiliza menos com o seu semelhante e a desigualdade entre os últimos impera.
Para os que desejam adotar, eis um processo demorado, dificultoso e cansativo, papéis e um tremendo protocolo, afinal, o risco de tráfico infantil, de prostituição, de submissão ao trabalho forçado e da não adoção afetiva da criança no lar familiar são temidos. São inúmeras as exigências, agora tem uma que na contemporaneidade tem suscitado muita celeuma, principalmente aqui no Brasil e em outros países considerados religiosamente conservadores: A adoção deve ser restrita a casais heterosexuais?
Aí tem muito pano pra manga. O direito parece se embasar somente em si, a máxima de que o direito é positivo e se basta a si mesmo o distancia do entendimento básico de que ele deve refletir as experiências sociais, a fim de que nelas seja mantido o bem estar coletivo e individual. Já o argumento de que o homem nasceu para a mulher e, com isso, a formação moral e social salutares de um individuo só é possível por um casal heterossexual me confunde, quando o que vejo é um novo cenário onde os valores patriarcais e machistas declinam, dando lugar a uma nova postura da mulher no locus familiar, social e econômico e possibilitando novas concepções de arranjos familiares. Para terminar, endossando o argumento dos contrários à adoção por casais gays, têm os religiosos ortodoxos que se baseiam no príncipio dogmático cristão de que a homossexualidade é uma aberração humana.
O que me derrama em reflexões é o fato, deveras esquecido, de que é um dever fundamental entre os símios pensantes se responsabilizar pela outro. Digo, ver o seu semelhante como a si mesmo, e suas limitações naturais como suas também. Isso é bíblico!
O que concluo é que muito antes de nos embebedarmos nos sentimentos individuais e muitas vezes mesquinhos, de nos embasarmos em códigos jurídicos que não abarcam as descontinuidades inerentes a vivência humana e de nos concentramos na nossa salvação, que, biblicamente, traz emputada em si a responsabilidade pessoal e também dependente de como procedemos em comunidade, devemos colocar diante de nós o simples fato de que o mamífero homem depende crucialmente nos seus primeiros anos de vida do suporte físico, material e afetivo de outro já formado.
A homossexualidade não é de agora, a modernidade, toda essa efusão de novas tendências e o irremediável conflito com antigos valores só ofereceu espaço para que os gays conquistassem mais visibilidade, seja social, seja política ou econômica. Os casais gays estão"saindo do armário" e como qualquer casal heterossexual buscam por meio da adoção efetivar o desejo de formar um núcleo familiar, característica basilar dos mamíferos.
O que vejo é que contrariar o desejo de muitos casais gays que afetivamente consideram-se felizes e que socialmente e moralmente não se vêem como incoerentes é admitir a incapacidade de lhe dar com o diferente, atestando a inflexibilidade típica dos valores machistas e unidirecinais, outrora em voga.
Os religiosos apocalípticos temem o fim dos tempos por constatarem tantas disformidades tendo como base os muitos dogmas cristãos, mas apocalíptico mesmo é deixar tantas crianças esperando, frustrando-se com as poucas possibilidades de adoção, sucumbindo no abandono e no ineficiente acolhimento do Estado, enquanto muitos casais dispostos a aprenderem e a serem pais, amigos e mantenedores batalham pela adoção.

sábado, 11 de abril de 2009

Meu quadrinho de todas as manhãs.



Seria hispocrisia dizer que não me queixo de alguns acasos e voltas da vida, que em muitas vezes um pouquinho mais de conforto material catalisaria várias reações que compõe a minha jornada. Tem situações que se tem que dispender muita energia para que as coisas saiam do jeito que a gente quer, que pelo menos tangencie o ideal de satisfação que edificamos diante de nós todos os dias. Quando se tem a tendência de perseguir a "perfeição" então, é aí que nos doamos mais e sofremos numa medida maior.
Aprendi muito cedo a decidir e agir, e confesso que é difícil não estar no controle de tudo, e mais, entender que as coisas têm grande chances de não sair como eu planejei seja porque não estou a frente, seja porque de alguma forma tenho que aprender com o que não está no scripit.
A verdade é que aprendo sim todos os dias, mas sei que a base está bem erigida, muitos valores já foram paridos e que agora é trabalhar e estudar para que os frutos venham. E eles vem aos poucos, bem devagar.
Sobre o que estou refletindo agora lembro sempre e vejo flashes todos as manhãs quando acordo e olho o meu quadrino de fotos.
O tempo passa e tanta coisa muda. O que fica mesmo são as figurinhas que trocamos com quem escolhemos, ou casualmente não escolhemos. O que me conforta e me impulsiona são essas pessoinhas e suas figurinhas. Hoje eu tenho algumas que vou lhes apresentando aos poucos, afinal, tudo vem em doses homeopáticas, senão não vemos mais do muito que já perdemos naturalmente. Então vou lhes falar um pouco sobre as fotos do meu quadrinho:
Na esquerda extrema do quadrinho tem eu e Jel brincando no Cristo da Barra, logo abaixo tem uma foto da Alanis e eu e Jéssica caminhando no Campus da UFBA; ao lado da Alanis tem eu e Jéssica, essa foto é do tempo do colegial, estávamos no terceito ano, amo esta foto!, já embaixo desta está eu e Marcos no mercado modelo de Recife; na diagonal da foto do colegial, tem uma foto da minha turma do CEFET numa vez que fomos ao cinema e logo embaixo tem mais uma minha e de Jel, esta foto já tem uma ano mais ou menos; do lado da foto do cinema tem uma fotografia que é muito importante na minha vida, foi tirada no primeiro dia de aula do CEFET, eu tinha dezesseis anos e era o dia da calourada - essa escola mudou minha vida profundamente, depois lhes falo um pouco do que vivi lá -, logo embaixo dessa tem outra fotografia da nossa turma numa feira para vestibulandos que aconteceu num shopping e também embaixo tem duas fotos, uma minha com meu querido Ruan, estávamos no terceiro ano e neste dia eu e uma amiga minha tocamos na praça vermelha do CEFET - como fiquei nervosa neste dia, ainda bem que tudo saiu bem -, e a outra é da minha sandália e a de Jel, amamos havaianas!; já em cima da minha foto com Ruan tem uma de quando eu tinha seis meses de vida e logo ao lado uma outra foto que tirei há um ano atrás.
Ops!, não poderia esquecer de Gabi e Carol(na foto separada), elas foram minhas parceiras nas atividades escolares e em muitas aventuras, as filadas e os atrasos para ir pra aulas, enquanto a nossa professora de geografia abriiiiaaaa a fechadura da porta do carro (auahuhauahauh!!!) e o mais enesquecível: que bela volta demos no nosso professor de física para ele adiar o nosso trabalho, pois a nossa apresentação se chocava com a comemoração dos aniversários de Gabi, de Deco e do meu (a Ilha foi maravilhosa!!!), duelamos com a turma 36 que muito nos amava (hehehe).
Bem, aí tem um pouco do que me acompanha e, embora, algumas coisinhas tenham que melhorar, não posso me queixar dos amigos leais e incríves que volta e meia encontro nos caminhos da vida. Com alguns deles - Jéssica está sendo a minha grande experiência disso - estou aprendendo a me deixar ser protegida, com os outros mantenho a minha velha postura de bem despachada. O fato é que não deixo de ser e aprender!
E eles que me move agora!

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Salvador, cidade da alegria?


Bem, o que vejo não é muita alegria. Ela deve ter se escondido em qualquer viela, em uma favela, ou será que ela só aparece no carnaval? A terra do cosmoaxé, produto de uma miscelânea de cores, ritmos, hábitos e religiosidades afro-brasileiras parece sucumbir 359 dias por ano, já que os outros seis é só folia. Folia?! Deve ser a folia embranquecida, onde o que mais se evidencia é um cinturão de pobres e negros formando um paredão humano para proteger um miolo composto de dois carros tocando música, uma celebridade e de algumas milhares de pessoas que pagaram caro, muito caro!, para beijar, contabilizar corações conquistados em parcos minutos e, é claro, exibir-se, afinal o homem contemporâneo regojiza-se de capital sócio-simbólico, das aparências.
Mas Salvador não é só carnaval, o que vejo é uma cidade onde as contradições saltam aos olhos. A pobreza e a violência se agudizam numa proporção sem razão constante. Sem falar no isolamento cultural que o povo daqui sofre, as atrações teatrais e musicais renomadas que por aqui passam já têm público certo: a velha e bem conhecida aristocracia que outrora era colonial e que hoje é a burguesia.
Não vou esmiuçar sobre as condições precárias de transporte, habitação, saneamento básico, educação pública vergonhosa e desemprego estrural que são máximas nesta terra de gente bem receptiva, até porque, essas máximas são bem conhecidas em muitos lugares no Brasil. O que me indigna é essa exposição ultrajante e descarada de uma Salvador que sempre está sorrindo, quando não de boresta, já que a caricatura do baiano preguiçoso é bem disseminada por aí a fora.
Aqui tem gente bonita, cultura exuberante, pessoas que deselvolvem de arte à ciência, povo que trabalha e trabalha muito, contudo, o ambiente está bem habitado por políticos caudilhos que ou se aproveitam da ausência do suprimento de necessidades básicas das massas para se promoverem, ou se aliam a grupos abastados, ou não, alimentando reciprocamente o conluio da mesquinhez e dos interesses individuais.
O que me move neste momento é a perplexidade. Só para constar, nos dois últimos domingos, no final da tarde, acabei presenciando dois tiroteios, um quando voltava da casa de Ruan, após longo dia de estudo e ontem quando fui levar o Ruan até o ponto para pegar o seu ônibus. A sensação é de medo, impotência e terror. A periferia geográfica ou social de Salvador está ardendo em chamas. Chamas oriundas do esquecimento e do fingimento das lideranças públicas.
O que decidi foi não me render ao medo, mas vou reforçar a minha diligência. Outrossím, não vou em nenhum momento omitir o crescente estado de bárbarie que a cidade da alegria parece engedrar com força total. E viva o carnaval!, porque ano que vem tem mais folia.



P.S. Menin@as, perdoem a demora de postar, estou com o tempo muito corrido. Planejo mudar de área de estudo e por isso vou fazer vestibular novamente. A minha vida tem sido tomada de estudo e trabalho. Vou tentar postar com mais frequência. Abraço a tod@as!

sábado, 21 de março de 2009

Morena amarela


Tem dias que o amor cresce mais rápido, quebra o ritmo e voa, independente de frio, calor ou do mormaço de Salvador. Hoje é um dia desses.
À minha morena amarela.

"É, morena, tá tudo bem
Sereno é quem tem
A paz de estar em par com Deus
Pode rir agora
Que o fio da maldade se enrola

Pra nós, todo o amor do mundo
Pra eles, o outro lado
Eu digo mal me quer
Ninguém escapa o peso de viver assim
Ser assim, eu não
Prefiro assim com você
Juntinho, sem caber de imaginar
Até o fim raiar" Marcelo Camelo

quarta-feira, 11 de março de 2009

Cegos e lúcidos.


“Se puder olhar, vê.” “O pior cego é aquele que não quer enxergar.” “ ...cegueira inexplicável.” “...não cegamos, penso que estamos cegos...cegos que vêem, cegos que, vendo, não vêem.”

– Mais rápido?
– Sim, mais rápido, estamos atrasadas!
– Não, não, espera um pouco, não me dei conta de tudo.
– Mão não há tempo suficiente, nem o necessário.
– Deixe-me pensar um pouco sobre o que estão noticiando no telejornal.
– O que se passa?
– Chichiiii!!! Quero ouvir!!!
– “Hoje, fazem 63 anos que a segunda guerra mundial se findou.”
– Aff...grande novidade...
– Hum... sabe o que me vem a cabeça quando penso sobre os acontecimentos históricos, como guerras, quedas de Estados, apogeus de impérios e eras de nobreza e grandes heróis: afinal, o que e como pensavam os homens “comuns” daqueles tempos? O plebeu, o operário, o escravo, o artesão. Está bem, vou ampliar o meu questionamento a todos os públicos, o que é percebido pelas pessoas que vivem um determinado presente?
– Já vem você com perguntas “filosoficamente” complicadas.
– Será que os alemães hitleristas não enxergavam o genocídio de judeus, gays, ciganos, deficientes como uma atrocidade humana, cujos protagonistas eram eles mesmos?
– É fato que eles acreditavam em alguma idéia. Acreditavam que podiam fazer o bem, ainda que fosse só para si mesmos. Decerto que tanta maldade não justifica os ideias de prosperidade do povo alemão.
– Sabe, o que mais me choca é que o objetivo é sempre o bem, o melhor, ainda que seja por interesses particulares. Daí, só posso constatar que não enxergamos a totalidade, mas o que está dentro de parâmetros específicos de cada um, como a condição de classe, os interesses pessoais, as doutrinas que optamos seguir, são esses alguns dos nossos limites. O que concluo é que vivemos divididos com o paradigma da lucidez e da cegueira. Calma, tenho um tempo, vou lhes falar mais sobre isso. É claro que lucidez e cegueira aportam referenciais, e já que concebo ambas dessa forma, então o meu referencial é a vida, o homem na sociedade.
Estamos cegos quando admitmos a miséria quase generalizada dos nossos semelhantes, quando toleramos as grande guerras mundiais ou as guerrilhas atômicas de hoje, nos centros urbanos. São guerrilhas que têm combatentes fiéis – prováveis gênios da ciencia, artistas ou brilhantes escritores – que arriscam suas vidas, sobrevivendo ao esquecimento governamental, social e individual, dos seus irmãos. A cegueira não pára por aí, ela se manifesta nos variados ambientes, seja público, seja privado. No primeiro, pode ser interpretada como corrupção, no segundo, egoísmo ou egocentrismo, já que a ideologia do “meu” e “seu” pegou geral.
Em contrapartida, nem tudo é escuridão ou clarão, a lucidez, leia-se boa visão real e sensitiva, é praticada por aí. Há seres humanos que escolheram, ou foram sorteados, por enxergar e aprimorar essa habilidade. Não estou falando dos extremados, dos radicais, aqueles que se intitulam de “não homens do mundo” ou dos que acham que no binômio homem-planeta terra não pode existir uma relação salutar, ou seja, o ser humano é um agente co-destruidor e auto-destrutivo. É dos ativistas que me refiro. Das pessoas que transformam a dor e, em muitas situações, a incompreesão do desrespeito instalado, da predominância do egocentrismo como a panacéia pessoal, em solidariedade e sensibilidade. Enxergou essas palavras? Deixe-me oferecer alguns exemplos, afinal solidariedade e sensibilidade abrangem também inúmeros referenciais.
Falo da simples opção por não se velimpendiar por não está na moda ou no “peso ideal”, já que o importante é está feliz e confortável, respeitando e aprendendo a lhe dar com os seus limites. Outrossím, falo da necessidade, perseguida diariamente por esses ativistas, de tentar estar em equilíbrio, mexendo aqui e ali para melhor adequar-se no que tanto falamos, a paz, a cordialidade, a aceitação do que não é o mais repetido, o diferente.
Então, tem gente que enxerga. Não tudo, pois os seres humanos não enxergam o seu presente com tanta nitidez, afinal, algumas cotigências só ganham materialidade com o passar dos tempos. Sem esquecer que a passionalidade influencia constantemente na visão dos homens. Os que enxergam estão em toda parte, alguns tentam ser um pouco ativistas, porém, há os que escolhem permanecer no conforto letárgico da cegueira. Todo mundo é um pouco cego e lúcido. Agora, o que diferencia mesmo um do outro é a atitude, e eu volto ao ativismo. É ele que nos faz um pouco mais diligentes com o que fazemos e com o que queremos estar incluídos, seja na atômica organização familiar e afetiva, seja com os extensos e complicados problemas e questões do mundo – O que fazer do mundo?, Quem somos nós?, Por que fazemos guerra?, Quais são os efeitos de nossas crenças?, O que faremos para respeitar o outro de hoje e de amanhã?, Como promover a paz? .
Já se passaram 63 anos que a segunda guerra mundial acabou, que muitos cegos, apaixonados pelo ideal de uma Alemanha próspera, sucumbiram na desilusão, que muitos lúcidos amargaram em lamentações por não terem feito o suficiente, o possível, para impedir mais um truculento e morticida espetáculo humano. Muitos não viram, muitos viram e nada fizeram, muitos ainda vêem. Será que agora vemos mais? Não, não estou falado somente do passado, é sobre o agora mesmo, é sobre o presente em voga.
- Vumbora, já estamos no limite do atraso.
- Está bem.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Ela...


Já lhes falei alguns pensamentos, sobre algumas inquietações minhas e valores que trago comigo. O pouco que venho compartilhando com vocês neste espaço são fins e meios que me custou muito, horas de análises, sentimentos à flor da pele, discussões exaustivas com quem me acompanha, enfim, muitos atps que foram e são consumidos. Mas, hoje desejo lhes falar de alguém ímpar na minha jornada.
Decerto que cada pessoa que passa por nós tem suas singularidades, todavia, algumas nos marcam com tamanho furor e propriedade que querermos viver por todo tempo que nos resta com elas. A respeito do ser humano que me move neste momento, a conheci muito jovem, uma menina, sedenta de novas experiências, novos olhares, de alguém que a tocasse com verdade e a fitasse com intimidade. Difícil entender por que seria eu, pois por um tempo estive destraída. É, talvez tinha que ser eu, e ela aos poucos pegou no meu rosto e ordenou que eu a olhasse, que visse o que me era oferecido. E eu vi.
Pouco tempo depois decobri uma paixão, daquelas avassaladoras, que para mim, até então, era pura hipérbole dos que sofriam uma paixonite qualquer. A presença dela me tirava o oxigênio, meu coração descompassava, aguçava os meus sentidos. As minhas noites ganharam companhia fiel, o pensamento nela. Lembro-me dos abraços longos e confortáveis de toda manhã, no período do colegial, abraços que revelavam um sentimento totalmente passível de indiscrição.
Enfim, aceitamos o que a vida nos ofertou naquele momento e demos o primeiro passo de uma história repleta de milhares de oportunidades cotidianas, oportunidade de ceder quando a negociação emperra, de ajeitar daqui e dali pra ficar o mais juntas possível, de crescermos, de parar ou maneirar o ritmo quando uma ou a outra não está pronta e bem pra seguir, dar as mãos.
Nosso amor nasceu e ganhou um lugar, um conforto só dele. É ele que me move agora, que tem me alimentado por mais de três anos, que tem me acalentado quando chega o medo nas vezes em que decido mudar de rumo, viro a esquerda, ao invés da direita programada. Falar desse amor é tão difícil, minto, descrevê-lo que é tarefa pouco possível. Porém, posso falar com aproximações do que ele me causa, do quanto ele me veste, me conforta, me impulsiona. Esse amor me fez admirar os pequenos gestos, ensinou-me o quanto é valoroso viver o presente, ao invés de gastá-lo planejando um futuro que, por já conter na construção da sua oração um verbo no gerúndio, não encontra porto seguro nunca. Esse amor me emociona muito e eterniza em minha mente milhares de imagens, como a vez em que dividimos um travesseiro e uma colcha de solteiro, dentro de uma barraca de camping, numa noite de muito frio em que os meus pés estavam quase congelando, mas minha alma estava bem quentinha ao lado dela.
É maravilhoso compartilhar tantas oportunidades e momentos juntas, do primeiro beijo que me paralisou, às tantas noites de amor que oferecemos nossas intimidades mutuamente, as vezes que nos despimos completamente, deixando para trás tantos conceitos arraigados, verdades que pensávamos serem absolutas ou que nutríamos por comodidade.
Jéssica mora em parte de mim, ela está presente nos meus ideais, nos meus valores, nas minhas idalizações, no meu hoje. Por isso, ela é apresentada todos os dias a outras pessoas através de mim, a vocês agora.

Ah, hoje tenho certeza que:"Você já me conquistou, apesar da minha vontade
Não se assuste se eu me apaixonar da cabeça aos pés
E não fique surpreso se eu te amar por tudo que você é.
Eu não pude evitar,
É tudo culpa sua." By Alanis Morissette

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Cachoeira da Fumaça.





Mais fotos!!!







De baixo para cima, a primeira é ainda Riachinho, em seguida a cachoeira das Rodas, e as últimas são do Rio Preto.

Chapada Diamantina







Salve menin@s!!! Cheguei da Chapada hoje, bem cedinho, e já venho publicar algumas fotinhas da viagem para vocês. Nós ficamos no Vale do Capão. Lá é, de fato, um lugar paradisíaco, muitas cachoeiras com águas geladíssimas, natureza pulsando, as pessoas são muito educadas e aconchegantes, a vila é muito pacata. Mais, uma dica, quem pensa em ir para lá já deve ir sabendo que vai andar muito, para qualquer cachoeira você tem que dá uma paletada, contudo, vale muitooo a pena, as paisagens pagam o suor r o cansaço. Ah, não esqueçam os casacos e cobertores, pois lá faz muito frio.
Resenhando... de início, só iríamos eu e Jéssica, só que no meio do caminho, indo para lá, decidimos levar Ruan. Daí, ligamos para ele e na terça de manhã ele chegou lá. Ah, conhecemos pessoas muito agradáveis e companheiras, valeu muito a viagem. Curtimos muito a natureza, as pessoas e uma a outra, porque ninguém é de ferro né.
Vou postar algumas fotos processualmente, porque só dá para “upar” cinco por vez. Mas já já volto com uma postagem nova sobre umas coisas que andei vendo e refletindo por aí. Abraço grande a tod@s e lhes visito logo, logo. Bom carnaval!

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Uma rapidinha, à la Guia Gay.


Momento Guia Gay:

Ontem, a tarde eu e meu amigo Ruan fomos a casa de um amigo nosso, o Júlio, para estudarmos imunologia. O telefone tocou, Júlio foi atender...

Ruan foi ver o que tinha na penteadeira de Júlio:
R: Nossa!Que menino vaidoso!!
E: Pois é...
R: Olha o que ele tem: Hidratante Natura Crhonos, Horus, perfume alguma coisa kilômetros, creme Seda, Palmolive, desodorante, mais perfume...
E: Muita coisa!
R: ...
E:Incrível, que a sua é do mesmo jeito.
R: ...

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

A loteria do amor

Tem gente que passa a maior parte da vida sorrindo pouco, atinado aos imperativos do dia-a-dia, vivendo cada dia como se o seu tempo fosse uma eternidade. O futuro parece ser a constante da nossa existência, o amanhã é o plano do que até agora foi sonhado. Só que nesses últimos dias tenho pensado em quanto tempo perdemos vivendo dos amanhãs. Sei, sei... o hoje parece pesado não é?!, dolorido... mas acho que seria bom analisarmos o que já temos conosco.
Depois do primeiro suspiro e do primeiro de tantos choros posteriores, abrimos os olhos, engatinhamos, andamos, dos dá dá dá ná ná ná mã mã mã pá pá pá por nós emitidos e tantas sílabas mais, aprendemos a organizá-las para que a comunicação fosse mais fluída. Não satisfeitos com a comunicação falada, resolvemos desenhar as letras, os nossos sonhos, os nossos medos e tudo que encontramos pelo caminho. Abro um colchete indispensável: [nos apaixonamos, choramos o fim de um relacionamento, juramos jamais nos apaixonar tão intensamente outra vez, nos apaixonamos de novo]. UFA! quanta coisa hein?!
Assim, já que lhes dei um substancial prelúdio sobre o quanto pecorremos, vou arbitrariamente mudar de foco e apurar a minha análise em uma pedrinha desse mosaico - entenda ser a vida mesmo. Quero lhes falar sobre uma loteria, mas não é aquela que de vez e quando jogo, estou alimentando o sonho de que se eu ganhasse iria fazer isso ou aquilo, comprar e comprar..., digo, é uma loteria muito mais difícil de se acertar, que não se apostam números, pagando com umas moedinhas, mas sentimentos, emoções e algumas incógnitas. É sobre a loteria do amor que vos digo. Ultimamente, estou sensivelmente convencida de que nessa loteria hiper-big-mega difícil a gente acerta em qualquer hora, sabe, e, em muitos casos, levamos muito tempo sem saber que fomos premiados.
Na loteria do amor, a gente faz um conjunto de apostas, desde um primeiro olhar, à cumplicidade que construímos processualmente ao lado, frente e costas de quem nos acompanha, o exercício de constituir com a/o outr@ os limites para que ambos cresçam juntos e individualmente na relação é diário. Difícil? Sim, muito difícil. Contudo, tem um detalhezinho quase despercebido e que pra mim parece ser o grande “x” da questão: o que nos faz parar n@ outr@? Em que momento os “comprimentos de onda” das duas pessoas entram numa mesma frequência e ambaspassam a se marcar mutuamente? Mais um colchete: [É claro que muitas relações têm fim, ou um tipo de fim; digo isso porque eu nunca apago alguém da minha vida, seja em uma música, um olhar, uma expressão, uma palavra, seja uma lembrança, quem cruza o meu caminho nele está registrado.].
Voltando: Acho que essa minha problemática, provavelmente, não tem resposta fácil, mas, vou ficar com a temporária conclusão de que na loteria do amor, no momento da identidade entre as ondas, o que rola mesmo é mágica,até que vocês possam trocar figurinhas comigo. Ainda, não sei se nosso cérebro capta antes de nossa percepção,ou se há um complô dos corpos e dos cérebros e no grande momento a gente fica alhei@, em meio a tanta complexidade. Por hora, concluo que só caímos em si aos poucos, vivendo a relação mesmo.
Aí, vocês se perguntam, porque a moçinha aí do “Muita história pra contar” está me incitanto a pensar sobre trajetórias de vida e ainda loteria do amor?! E eu respondo, quero somente fazê-l@s parar um pouquinho, uns minutos, para que vocês possam fazer um chek up do quanto já cresceram e percorreram, e, ainda assim, do quanto estamos à mercê de frações de minutos ou segundo inexplicáveis. Quanto devemos valorizá-los por simplismente eles mudarem nossas atuais trajetórias? Quanto vale ver o futuro no agora, já que tudo o que sonhamos depositamos um pouco de nós nos outros, nos laços que hoje tecemos. E se acham que já acertaram ou que já foram sortead@s na hiper-big-super difícil loteria do amor vale à pena inovar ou manter um ritmo, afim de que os vossos amores continuem fortalecendo-se e quem sabe tenham sempre perspectivas e novidades. Também, não sejámos escrav@s das news, o contrário, que estejámos empenhad@s em valorizar de verdade os pedaçinhos de vidro que colocamos sós e acompanhad@as diariamente no nosso mosaico.
A inspiração do post de hoje certamente vem da garota que me acertou na loteria do amor, num encontro mais que inusitado, alguma coisa inexplicável fez ela olhar para mim e num outro momento, também inusitado, nossas frequências se encontraram. Digo que manter essa compatibilidade de comprimentos de onda não é nem um pouquinho fácil, mas a gente se ajeita, molda daqui, cola dali e vamos seguindo em frente, fazendo o máximo para viver sempre, escolher, conciliar, mudar de lugar. Se tiver lágrimas pelo caminho, sentiremos e logo depois as secaremos, também não quero esquecer jamais os sorrisos, os olhares vidrados, o conforto peculiar, nem, muito menos, os momentos em que focalizamos um objetivo e fazemos o possível para que tudo saia do jeito que planejamos. Este post também é oferecido a Ruan, o grande amigo, sua cumplicidade é um vidrinho indispensável no meu mosaico. Com ele fui sorteada também.