sábado, 8 de dezembro de 2012

Voz, melodia, letra e transe







P.S. Eu hei de tocar e cantarolar várias músicas dele. Ainda!

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

A formatura está logo ali a diante


Nem tanto, é sabido, pois estou no final do meu 3º ano de medicina. Mas já ando bastante preocupada.
É muito o que aprender para ser um clínico generalista, para pôr a cara à tapas nas emergências dos hospitais. Até o momento a avaliação que eu faço é que há inúmeras disciplinas inúteis que oneram o nosso tempo, nos impedem de estudar assuntos realmente importantes e de termos uma vida com um pouco mais de qualidade.
Sem falar no ciclo infame do estuda/esquece, esse me tira do sério. São tantos algoritmos, conteúdos que devem ser apreendidos e que não são ensinados ou abordados da maneira mais adequada, não focados na abordagem, diagnóstico e conduta, no raciocínio clínico.
Estou demasiado preocupada porque o quarto ano vai passar num piscar de olhos, daí vem o internato. Tenho medo de ingressar muito naive.
Mas quanto a ideia que tenho tido de ser médica, a cada dia é mais interessante. Já estou a prever o impasse crítico entre a escolha da pediatra ou da cirurgia. Oh dúvida que me parece que será cruel.
No mais, há muito o que vir por aí.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Decisão

A vida está muito corrida, mas decidi: vou voltar a postar aqui porque me faz bem. Ponto.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Greve na Universidade Federal da Bahia

Aos estudantes de Medicina:

Na última quarta-feira na Assembléia Geral dos Estudantes, no campus de Arquitetura foi decidido entre os estudantes de todos os cursos pela Greve Geral Estudantil, e antes que imediatamente nos manifestemos contra ou a favor dessa decisão, como estudantes de uma Universidade Pública devemos fazer algumas reflexões:
1º A ocupação de uma Universidade Pública, que nos últimos 10 anos vem sofrendo uma transformação significativa no que diz respeito aos grupos sociais e étnicos, traz a tona uma questão fundamental que é um conjunto de novas necessidades para os novos “povos” e, como consequência, as novas exigências que a direção estará submetida. É preciso ser lembrado que nós estudantes vivenciamos para além dos números estatísticos que os governos pautam e se vangloriam nas campanhas eleitorais. Dessa maneira, sendo eu ou você necessitado ou não de residência universitária, de transporte, de auxílio alimentação ou moradia, de livros e melhor estrutura para termos um bom desempenho, enquanto estudantes de uma Universidade Pública, estamos sim envolvidos e a mercê dessas questões.
2º Todos, ou uma grande maioria, querem formar. E vou além, deveria ser fácil fazer o raciocínio lógico e simples de que os mais vulneráveis querem e precisam formar logo. Os motivos são inúmeros, assumir um papel necessário no sustento de suas famílias, tornar-se mantenedores da formação de outros irmãos que são muitas vezes sacrificados pelo alto custo que é ser universitário, ou simplesmente para tornar-se independente. Mais do que se formar, é preciso que haja qualidade nessa formação. Sabemos que há muitas deficiências no nosso curso e o modo como elas estão impressas saímos que nem loucos, mesmo com a carga horária que temos, em busca de cursos, capacitações, iniciações científicas, enfim é uma miríade de atividades. Por essa realidade, é preciso que reflitamos que todos têm muitas necessidades, mas nem todos podem buscá-las e execê-las de maneira igualitária. Por isso me parece incoerente, quando não pernicioso, o argumento único da urgência da formação, como se esta fosse o interesse de uma minoria “cautelosa”.
3º É fato que teoricamente o ato de se instituir uma greve deve ser último, quando não há mais qualquer possibilidade de diálogo. Mas será que estamos dispostos em nossa rotina a dialogar e exercer o nosso poder de coletivo para melhorar situações da esfera eminentemente privada da Faculdade de Medicina. Bom, não é isso o que eu vi até agora, e posso exemplificar. Em momentos em que somos dispensados do instrumento sacrossanto da formação acadêmica, a aula!, para participarmos de uma avaliação do nosso curso, para dialogar com professores e gestores, como foi no seminário ocorrido a pouco mais de um mês no Terreiro, damos para trás e optamos pelas prioridaridades cotidianas. Resultado: o público mais afetado com as condições estruturais e os abusos da esfera docente e administrativa se eximiu de sua voz. É por isso que mais uma vez peço que reflitamos sobre o que nos importante. Óbvio!, a resposta é: a nossa formação. Mas será que não estamos optando de maneira mesquinha e individualista por ela. Sem ao menos concebermos que é no espaço público que podemos exercer interesses que são coletivos, e mais!, que eles têm mais força quando são coletivos!
4º Quanto ao papel do Diretório Central dos Estudantes (DCE) nesta conjuntura de greve estudantil é inevitável que não haja interferência de interesses partidários por uma questão óbvia de que muitos integrantes são partidários. Estamos num regime democrático e por isso qualquer estudante desta Faculdade ou Universidade, mesmo sendo partidário, tem o direito de ser ouvido e influenciar nas decisões coletivas. Mas será que isso deslegitima as pautas da greve? Será que não podemos interferir diretamente na relevância que os partidários e os seus partidos exercem nos movimentos que são sobretudo do estudante da UFBA? Será que não podemos contribuir e construir juntos um movimento apartidário, porque simplesmente as pautas determinadas contemplam, de maneira estratégica segundo a atual conjuntura, todos os estudantes da nossa Faculdade e Universidade? Seja aqueles que realmente precisam de um restaurante universitário, de um espaço confortável com material para estudar ou de uma moradia; seja aqueles que não precisam porque podem se auto-beneficiar, mas que também se solidarizam de verdade com as urgências dos seus colegas, e que, além disso, acham que é um dever ter a formação de qualidade que lhe é prometida no processo seletivo e no próprio regimento da UFBA. Por isso talvez seja o momento de se impressionar menos com as fragilidades, que são inerentes a qualquer movimento de dissidência, e pensarmos em como podemos de fato contribuir e sermos representados numa greve ou numa mobilização presencial e coletiva.
Talvez em vista dos pontos colocados, e existem muitos outros, seja momento de pensarmos: Por que há uma semana “essas pautas não existiam” (elas não existiam mesmo? ou a urgência conjuntural colocaram-nas no cerne?); Por que muitos dos movimentos engendrados para reivindicar por soluções de problemas da nossa esfera privada foram até o momento incipientes?; Será que é mais válido permanecermos divididos ou irmos além da dissidência de classes por um objetivo comum que é a nossa formação? A atual conjuntura por mais complexa que seja em decorrência do espectro variado de interesses (formatura, viagens a trabalho ou a diversão, urgências de sobrevivência e de cunho material, etc) deve suscitar em nós uma reflexão sobretudo estratégica acerca de quais direitos nos são diariamente negados e de como podemos verdeiramente atuar como coletivo na sua reivindicação.

Estefane Evelin Gaspar,
Acadêmica do 5º semestre, Medicina, FAMEB-UFBA.

domingo, 13 de maio de 2012

Um encontro com a solidão





Depois de ler "Cem anos de solidão" constatei que se tratava do melhor livro que pude ler até então (que Saramago me perdoe). Pelo envolvimento da escrita (Gabriel é o meu escritor!), pelo tema que é simplesmente inerente a pessoa humana e pela beleza que ele retrata as inúmeras formas de solidão. Tive um encontro comigo mesma, com Úrsula (personagem do livro). Na época fui tomada por inúmeras idéias para posts, vários!, mas como estou há alguns meses sem internet, a inspiração me esvaia.
Mas voltando a obra, vi-me usurpada pelos personagens, desde o mais idêntico, no caso de Úrsula, ao diametralmente oposto, com apenas resquícios de desejos ou tendências pouco desenvolvidas, como é o exemplo  de José Arcadio. Apaixonei-me e odiei mil vezes Aureliano. Me surpreendi com a leveza óbvia de Remédios (a bela). Flutuei do ódio à compreensão dolorida da solidão de Amaranta. Mergulhei na paixão ardente de Amaranta Úrsula e Aureliano Babilonia.
O livro é uma vox populi de solidão, a que grita, a que é recôndita ou simplesmente aquela que é cotidiana e, por isso, inebria os viciados em calmaria, ou melhor, comodidade. Amor, loucura, medida e solidão parecem ser metamorfoses de uma única substância humana.
Vou lê-lo mais algumas vezes e me descobrir de novo.

domingo, 8 de abril de 2012

Citando Grays Anatomy

Como as palavras pensadas se esgotaram:


"Quando dizemos coisas como ‘as pessoas não mudam’... deixamos os cientistas loucos, porque a mudança é literalmente a única constante da ciência. Energia. Matéria. Estão sempre mudando, transformando-se, fundindo-se, crescendo, morrendo. O modo como as pessoas tentam não mudar que não é natural. Como queremos que as coisas voltem, em vez de as aceitarmos. Como nos prendemos a velhas memórias, em vez de criarmos novas. O modo como insistimos em acreditar, apesar de todas as provas contrárias, de que algo nessa vida é permanente. A mudança é constante. Como experimentamos a mudança é que depende de nós. Pode parecer a morte ou uma segunda chance na vida. Se relaxarmos os dedos, nos desapegar, irmos em frente, pode ser adrenalina pura. Como se a qualquer momento tivéssemos uma nova chance na vida. Como se a qualquer momento, pudéssemos nascer de novo!"

terça-feira, 27 de março de 2012

Do cotidiano

Na correria sobra muito pouco da gente.
:S




P.S. Medidepressão

domingo, 22 de janeiro de 2012

The constant gardener




Esse livro é essencialmente sobre interesses de uma nação, sobre o quanto eles estão além dos direitos de humanidade, quando se trata do outro e não da nossa nação. Há um tempo eu conversava com uma amiga daqui sobre a mobilização européia face ao caos europeu, com milhares de civis indignados a protestar sobre os efeitos nefastos do capitalismo. Nessa ocasião questionei como os europeus estavam a reivindicar tanto por seus direitos democráticos e de justiça, mas que este ímpeto somente é legítimo para si. O mundo dos direitos humanos é o mundo dos civilizados, os demais, no fundo, continuam a ser bárbaros e mercados consumidores.
O jardineiro fiel é justamente sobre isso.

" Guita permanentemente chocada com tudo e com todo mundo, dos católicos romanos que que se opunham ao controle da natalidade e demonstravam isso queimando camisinhas no Estádio de Nyao, as empresas de cigarros americanas que aumentavam os teores de nicotina  para gerar crianças viciadas; dos senhores da guerra somalis que jogam bombas que explodem em cachos, sobre aldeias indefesas, as indústrias de armas que fabricam essas bombas."


O interessante é que a ótica do Le Carré é justamente lutar pela ética humana por dentro da legitimidade, sendo a personagem Tessa sua representante. Mesmo com a sua morte logo no primeiro capítulo, ela está viva em toda a obra e é pelos seus olhos e ideais que vemos as façanhas encarnadas pela diplomacia inglesa, que têm o objetivo de manter os privilégios comerciais, independente de quantas vidas isso custar, afinal trata-se de seres que morreriam de qualquer maneira, de fome, Aids, tuberculose ou pela violência de seus próprios governantes. Nós descobrimos esse mundo junto com Justim Quayle, o marido de Tessa, que imergi no mundo da sua esposa..

Esta leitura vale a pena também pelo encontro entre Tessa e Justin (seu marido e diplomata inglês), pela simples e ao mesmo tempo complexa relação entre eles, repleta de cumplicidade e maturidade. Devido a belíssima condução de Le Carré o amor entre os protagonistas  foge de uma descrição clichê.
Só um conselho: não assistam o filme antes do livro, porque vocês passarão muita raiva. E olha que a adaptação foi dirigida pelo Fernando Meireles. Eu assisti depois, e foi decepcionante, mesmo com as brilhantes atuações de Ralph Fiennes e Rachel Weisz.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Do aprendizado na prática

E a gente aprende, na prática, que um relacionamento envolve abdicar em favor do bem do outro, enfim, das duas partes. A gente muda de planos, de sonhos, ajusta conceitos, amadurece concepções e reza, e mais uma vez reza, para que as escolhas sejam as certas e que o amor esteja protegido.
Sou um pouco demodê, confesso!, não vivo pra saber amanhã o que a vida vai me ofertar. Não que exclua o improvável, gosto de surpresas e aceito a sua inexorabilidade, mas me debruço para planejar e fazer o amanhã. 
Sou definitivamente uma romântica no século XXI, de verdade, acredito em amor pra vida toda, em família, em valores irrenunciáveis. E deve ser por isso que me desestruturo quando alguma coisa está fora do lugar. Anyway...
Esse papo todo é pra dizer que mudo, mudei e mudarei (não gosto dessa palavra e de sua conjugação, descrobri agora), mas que as concepções que me constituem, que são dignas de me ser tão bela e livre, saltam-me os olhos, exalam dos meus sentidos  e perfazem a mínima expressão que o meu corpo elabora. 

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Autobiográfico

Dentro de mim mora
Uma musicista,
Uma bailarina,
Uma viajante viajada,
Uma apreciadora da vida, das línguas, do vinho.
Dentro de mim mora
A inquietude,
A mansidão que ora grita, contesta
e que se inunda em frustração quando é calada.  
Dentro de  mim mora
O verbo amar, intensamente,
O exercício de voltar à racionalidade
Um empirismo nato, é nele que compreendo.
Dentro de mim mora
Música e sorriso.