Eu não aguentei de ansiedade e hoje fui assistir a fita "O discurso do rei". O enredo é histórico e por isso, desde já, quem não tem paciência não se arrisque porque trata-se de um drama com um ritmo tendenciosamente lento e com os requintes dos hábitos da nobreza. Mas assim, o filme trata com bastante inteligência e sensibilidade de uma temática que mexe muito comigo: a superação.
O protagonista, o rei George VI, sofre de uma gagueira que para si é enorme problema de representatividade. Tal problema se agudiza diante da necessidade de um rei que desempenhe um papel de líder numa Inglaterra que vivencia um momento delicado que é o avanço de Hitler, problemas econômicos e a perda do último rei, o George V.
O filme é um drama conduzido pelo ritmo do esforço de George em superar a sua gagueira e tem na sensibilidade um contrapeso bastante calculado. Com pequenas doses de humor, que me soaram bastante cuidadosas porque algumas vezes quebra o clima de drama, o filme não se desvia da tônica que se propõe . Um personagem que enriquece irrefutavelmente a trama é o terapeuta da fala de George, um contra-cultura, plebeu, ator, feliz, homem simples mas nobre de princípios e questionador das hierarquias que só emburrecem e amontoam os homens de títulos e mais títulos.
Enfim, eis um filme com atuações brilhantes, o Colin Firth merece sem pestanejar os prêmios que vem arrebatando, em que o fator superação me fez lembrar o quanto os homens têm essencialmente qualidades admiráveis, as quais assumem contornos dinâmicos e complexos porque quem as detém escrevem suas histórias debruçados sobre o caos e a glória.
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