sábado, 11 de julho de 2009

O papel da mídia na crise moral que se faz presente na sociedade contemporânea.



E é possível ver a sociedade contemporânea sem a mídia? O ato de anunciar, ou seja, incutir valores falaciosos ou materiais ao que se pretende vender ou trocar é inerente às relações humanas. No entanto, a simples barganha ganhou muitas complexidades e tornou-se componente estruturante do atual locus social.
O "vender o peixe" do passado ganhou um centro formalizador, a mídia. O seu ofício é vender tudo, desde produtos de beleza e alimentos, à regras de comportamento, opinião e sentimentos, o que fez com que ela garantisse espaço na vida de milhares de cidadãos do mundo, salvo aqueles que não podem consumir, os que vivem em condições de miséria.
O nascimento e desenvolvimento do que hoje conhecemos como mídia é indissociável do surgimento e da consolidação do capitalismo como sistema econômico e social. Através dele e dentro dele conhecemos uma espécie de laicização material das relações sociais, leia-se afrouxamento dos laços de solidariedade entre os humanos, em prol de objetivos de consumo e de auto-promoção social. Não que antes do capitalismo não existisse a disputa por distinção entre os homens, mas a sociedade contemporânea pariu , de forma sui generis, a capitalização desse sentimentos.
É nesse interím que a mídia se fez valer dando forma ao que conhecemos como propaganda. Com um formato que parece evoluir consoante a história do desenvolvimento científico da humanidade, a mídia e a propaganda, seu principal veículo, encorporam e propalam cotidianamente discursos ditos imparciais, todavia, denunciantes de um situacionismo de classe, em favor dos mais abastados socialmente.
O seu conteúdo revela o desinteresse em informar e suscitar a reflexão crítica do público. Notícias em forma de rapsódias nos são transmitidas nos jornais diariamente sem que possamos estabelecer conecções entre a nossa realidade, os acontecimentos locais e mundiais e os processos históricos que nos movem; tudo em favor da desinformação, do acanhamento individual, por meio do medo da violência divulgada massivamente, e do imobilismo político e social.
Repensar o papel da mídia nas crises pelas quais passa a humanidade é ponto de partida para se dá cabo de uma novo concepção de sociedade, mais humanizada, onde seus componentes sejam mais politizados e menos atomizantes, e que reflita de forma responsável sobre o consumismo e os seus desdobramentos no planeta. A mídia está em toda parte e pode ser um instrumento efetivamente benéfico para humanidade se se livrar da padronização e dar lugar à liberdade de criar, informar , questionar e, até mesmo, barganhar.

2 comentários:

rafael araújo santos disse...

Opa, gostei do seu blog, olha o meu http://thelifeplaysinaplayground.blogspot.com

Topa a troca de links?

add no msn : rafael--777@hotmail.com

[Manú] disse...

Acho que o ser humano sem a mídia e a mídia sem o ser humano não existe.Por mais que a gente perceba o quanto essa dobradinha pode ser prejudicial.Essa tb é uma das minhas maiores dor de cabeça.Adorei o texto!Boa semana!:*