sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Qual é o seu tempo?


“Algumas pessoas nascem para se sentarem à beira do rio. Algumas são atingidas por raios. Algumas têm ouvido para música. Algumas são artistas. Algumas nadam. Algumas vivem de botões. Algumas conhecem Shakespeare, algumas... são mães. E algumas pessoas... dançam.”
Saber o que se quer ser, medir o quanto uma escolha será rentável, compassar os nossos desejos, frustrações, nossos medos, os momentos de felicidade e nossa vida, como fazemos com um relógio - que se encontra muito atrasado ou um pouco adiantado- parece ser a tendência em voga. Velocidade, carros, aviões, celulares, cartões de crédito, internet, apartamentos...serão esses os porquês para se correr tanto? Toda essa velocidade me faz pensar que muita coisa é pouco percebida, muito se desmancha diante dos nossos olhos.
É fato que não dá para sacar tudo e apreender em nossa memória, mas o que me inquieta é a impressão de que há um descompasso na existência dual dos seres humanos. Vou tentar ser mais clara. A existência dual ou a dualidade que me refiro é composta do que está lá dentro, pouco tocado, quase desconhecido, que ora é dolorido, ora é imensamente e intensamente o que reconhecemos como se está feliz; e o que refletimos diante do espelho, a carne dotada de movimento, de corrente sanguínea, batimentos cardíacos, do simples soletrar de uma sílaba à elaboração de um argumento político. A problemética central é em poucas palavras o valorizar-se mais o ter do que o ser. Pronto! Ah, tem o tempo também, afinal ele é o fluído dos corpos, dos sentimentos e por aí vai.
É ele que tenho tentado combater!Não o tempo propriamente dito, mas esta concepção sufocante de tempo que está aparelhada em nossas vidas. A gente dorme, acorda, trabalha, se diverte, faz amor, condicionado a esses tais tempos - o tempo de produzir mais para gerar mais lucro, o de ter algum apetrecho da moda para nos sentirmos mais apropriad@s, o de nos adequarmos ou estarmos parecid@as com alguém da tv, do trabalho-... já deu pra sacar o quanto isso convive com a gente.
O que quero chamar atenção é que pouco dispendemos um tempo para o sondar o “descohecido” em nós. E não é o total breu não, as áreas da nossa mente pouco compreendidas pelos cientistas, por exemplo, antes, digo a tolerência, o simples ser respeitos@ com o outro, estando sensível às inquietações alheias e incomodar-se com a miséria. ela sim é digna de um grande incômodo da nossa parte. Ah, a título de curiosidade, a miséria mesmo! Tenho o interesse de esmiuçar o que entendo por miséria porque concebo que há uma divisão bem definida entre a pessoa em estado de miséria, impossibilitada de suprir as suas necessidades básicas de sobrevivência e por isso não tem sequer o direito de ter alguma oportunidade, e, em contrapartida, os pseudo-miseráveis, os que comem, bebem, vem e vão, que vivem sob condições não muito confortáveis, sob o meu ponto de vista, mas que podem fazer frestras nesse sistema e se movimentar. Todavia, muitos aceitam bem o rótulo de alienados da TV GLOBO.
O que me pasma, também, é a solidão narcisista que as pessoas encarnaram. Por isso, quero registrar desde já que acredito que ainda há tempo para nos preocupar com o que sonhamos e queremos ser de verdade, mesmo que isso leve um pouco mais de tempo. Digo isso porque, sinto que estou amadurecendo isso em mim nos últimos tempos. Por sermos diligentes com o amanhã, acabamos tendo alguns medos, as possibilidades de algo não dá certo saltam aos nossos olhos. No entanto, estou compreendendo com mais fluidez o quanto é digno pensarmos o tempo numa perspectiva mais humana e menos maquinista. Isso reflete algumas das minhas novas escolhas e posturas diárias.
A citação inicial é provocativa no sentido de nos fazer pensar sobre os “porquês” e o “pra quê” nascemos. Acredito que a gente pode ser muito ou pouco dependendo dos milhões de referenciais adotados, o meu é a convivência saudável e conflituosa – sem confronto bélicos físicos e mentais, desde que não destrutíveis. O fragmento pertence ao filme “O curioso caso de Benjamin Button” que ainda deve está em cartaz. Vocês podem encontrar ele na internet pra baixar, que é uma ótima opção para quem é a favor da socialização, ou como queiram, da pirataria. Vou terminar esse post com outra citação do filme que me paralisou e me fez refletir muito. A imagem também é do filme. Té logo!
“Pelo que vale nunca é tarde demais, ou no meu caso cedo demais. Que seja o que quer ser.Não há limite de tempo, pode começar quando quiser. Pode mudar ou ficar na mesma. Não há regras para isso. Pode escolher o melhor ou o pior da vida. Espero que escolha o melhor da vida. Espero que veja coisas que te surpreendam. Espero que sinta coisas que nunca sentistes antes. Espero que conheça pessoas com diferentes pontos de vista, e espero que viva uma vida e se orgulhe. E acha que não é capaz?, espero que tenhas força para começar de novo”
P.S. Parábens Lana, fiquei feliz por sua conquista, por tantos novos caminhos que vão estar diante de ti. Neste ano vou enfrentar um outro vestibular, se der tudo certo, um novo curso, novas aventuras. Abraço pra ti.

5 comentários:

Mari disse...

Olá Estefane!
Desculpe a demora em visitar seu blog. Estava meio de férias da internet. Mas, adorei suas reflexões e vou linkar vc no Queer Girls e no Lesbosfera. Meus 2 bloguinhos!! Seja bem-vinda e qualquer coisa, estou por aqui! É só chamar!
bjos!!
Mari

Anônimo disse...

Sem dúvidas um tema no mínimo pertubador, Fanny. ;) Concordo em muitas das suas palavras. Muitas msm, ms questiono a solução para bular a "velocidade dos tempo" q vc questiona serem gerados, claro q metaforicamente, pela velocidade dos carros, aviões etc. Questiono o modo d burlar isso. Busco essa "luta" tb, ms confesso q a batalha eh dificil qund no campo vc tem um exército de poucos contra "muitos inimigos". Não estou falando em desistencia, jamais!! Soh digo q eh ardua a luta basta q olhemos ao redor. Um bjaoo!! E obrigado por ser sempre tao carinhosa cmg. =)

Karina Mendes disse...

Oi Estefane!
Obrigada pela visita em meu blog. Estou no trabalho, salvei vc em favoritos, volto depois pra ler vc com calma. Meu nome é Karina, prazer é meu, rs
beijo

Lana disse...

Ah Estefane..
Sábia vc.. como sempre.
Deveriamos andar mais devagar sempre que estivessemos com pressa... Justamente para não perder oq há de melhor para ser visto e que está justamente dentro de nós.

E eu espero que tenhamos SEMPRE força para começar de novo!
Obrigada pelos parabéns.. te desejop novos caminhos, mesmo que na mesma estrada.

Lana disse...

Desculpe a falta de acentos.. O teclado tá ruinzim.. =***